Minha Visita a Natal

Férias no final de Julho, querendo viajar mas esperando pela vacina. Eis que na primeira semana de férias consigo tomar a primeira dose e lá vai eu procurar uma promoção de última hora. Consegui a promoção e a companhia, já que era um pacote pra duas pessoas.

Bora pra Natal, eu e minha prima, que nosso contato se resume a almoços familiares. Mas não tem problema, viagem é viagem, e de duas uma, ou voltamos sem querer ver a cara uma da outra, ou voltamos best friends. No caso, foi mais pra segunda opção.


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Chegando em Natal

Feliz da vida, bora fazer as malas, e se preparar para uns dias na praia. Saímos rumo a Natal-RN no domingo de manhã, chegamos ao hotel, Bello Mare, no meio da tarde. Um hotel, por sinal, melhor do que o esperado, perto da praia, quarto e banheiro espaçosos e ainda uma sacada que dava pra ver o mar, não podia ser melhor, não pelo preço que pagamos.

O hotel, além do quarto muito melhor que o esperado, também conta com uma área de lazer com piscinas, saunas de sala de jogos. O café da manhã do primeiro dia deixou a desejar, mas depois melhorou. É um café da manhã relativamente simples, mas tem fruta, pães, café e chá, então dá muito bem pra ter um bom café da manhã.

Não sei se eles servem almoço e jantar, pois fizemos nossas refeições na rua. Além disso tudo já mencionado, tem a questão dos funcionários super prestativos, podemos inclusive fazer o check out mais tarde sem nenhuma cobrança, e pra fechar com chave de ouro o hotel é bem próximo da praia com melhor estrutura turística de Natal, Ponta Negra, fica a dois quarteirões.

Primeiras Impressões

Pelo que pude observar a maioria dos turistas que vão a Natal parecem a cidade como base para fazer passeios nas localidades próximas. Existem vários passeios para cidadezinhas na área, como Pipa e São Miguel do Gostoso, e vários outros passeios que não são exatamente em Natal.

O único passeio que fizemos foi um bate-e-volta pra Pipa, que super valeu a pena, apesar de ser meio cansativo. Por motivos financeiros e de logística optamos por passar mais tempo em Natal, na praia mesmo. Afinal foi uma viagem de alguns dias, e que nem sempre tínhamos o dia inteiro livre, por compromissos de trabalho.

Pipa, RN
Pipa, RN

Aproveitando Natal

De qualquer maneira, aproveitamos a praia, que mesmo sendo uma praia de cidade é sim uma praia linda. Fomos além da praia de Ponta Negra e visitamos as praias não tão visitadas por turistas. Fizemos uma boa caminhada na praia até o Forte da cidade, passando por piscinas naturais formadas durante a maré baixa.

Piscinas naturais com a água quentinha e peixes. Chegando no forte passamos por um ‘berçário’ de caranguejos, a arreia fica lotada de filhotes, me lembrou um pouco uma das praias nas Filipinas.

Infelizmente o forte estava fechado para visitação, então só caminhamos em volta e tiramos algumas fotos. Inclusive do forte com a maré baixa, o contraste praia e prédios é impressionante. Com o forte fechado, longa caminhada de volta e parada pra um almoço na praia mesmo, que estava delicioso. Descansamos um pouco, curtimos um pouco das piscinas naturais antes de voltar pra Ponta Negra.

Três Reis – Natal, RN
Natal, RN

Ponta Negra e SUP

Ponta Negra tem uma estrutura com restaurantes e lojas na Orla, além dos quiosques que servem na praia, disponibilizando cadeiras, espreguiçadeiras e guarda-sol, importante ressaltar que se não for consumir nada tem que pagar pra usar.

Além disso tem também tem quiosques em que você pode alugar pranchas, de surf e stand up. Nós utilizamos o quiosque bem próximo ao Morro do Careca para praticarmos nossa primeira hora de SUP. Achei super barato, R$40,00 a hora, com direito a uma aula e acompanhamento, e, incrivelmente ficamos 1 hora sem cair.

Foi uma ótima experiência e com certeza, se tivéssemos tempo teríamos feito de novo, acho que tem potencial pra ser uma nova paixão.

Ponta Negra – Natal, RN
SUP, Ponta Negra – Natal, RN

Últimas Impressões

Nossa ida a Natal não foi uma viagem de exploração, mas sim uma viagem de descanso. Por ser uma viagem de última hora e de poucos dias completamente livres acabamos não explorando as redondezas. No entanto, as impressões da cidade foram as melhores.

É difícil reclamar de mar e sol, ainda mais com preços tão acessíveis. Me surpreendi com os preços em Natal, realmente esperava preços mais salgados por ser um destino turísticos.

Acredito que o lugar, assim como vários outros, foi muito afetado pela pandemia e tenta se recuperar. O fato de ser baixa temporada, por ser uma temporada de chuvas, também influenciou nos preços. Não que chova o dia todo mas as chances são bem maiores.

De qualquer maneira tivemos a sorte de pegar somente um dia de chuva e mesmo assim soubemos aproveitar bem no estilo quem tá na chuva é pra se molhar.

De maneira geral, aproveitamos bem. A cidade tem um mar lindo e boa estrutura turística. Existem várias opções de passeios, que acredito que valem a pena. Tem o famoso passeio de buggy pelas dunas e lagoas, visita aos recifes para mergulho e snorkeling, bem como passeio a cidades próximas. Além disso a cidade também tem certas atrações fora da praia, como o maior cajueiro do mundo.

Com certeza é um lugar que gostaria de voltar pra explorar mais.

Morro do Ernesto – Informações

Um rôle conhecido pelos moradores de Campo Grande, o Morro do Ernesto é uma atração para os amantes de natureza e espectadores de espetaculares pôr do sol. O morro fica em uma fazenda particular, e, por esse motivo, existe uma entrada no valor de R$20,00 por pessoa.

A fazenda em questão fica a uns 40 minutos de Campo Grande, sendo metade do trajeto de estrada de terra. A atração não conta com uma estrutura turística além de um lugar para estacionar, então vá preparado. Roupa apropriada, água, lanche, repelente, protetor solar são requisitos básicos, além de outros itens que julgue necessário para um dia/tarde na natureza.

O local conta com duas trilhas diferentes, uma que dá acesso ao topo do morro e outra que dá acesso a três cachoeiras. Elas são em direções oposta, logo não dá pra começar por uma trilha e finalizar por outra. Na entrada é entregue um panfleto com dicas e um mapa das duas trilhas disponíveis. Acredito que dê pra aproveitar as duas opções de trilha em único dia.

Se esse for o seu caso, faça a trilha das cachoeiras primeiro e depois a trilha do Morro par ver o pôr do Sol. A trilha que leva ao topo do morro leva em torno de 40 minutos. Não é uma subida muito difícil, mas vá preparado já que possui caminhos bem íngremes.

Do alto do morro se tem uma vista maravilhosa, é um ótimo lugar pra relaxar e bater um papo com os amigos, ou aproveitar um momento a dois. Importante ressaltar, que dependendo da hora do dia é bom levar algum tipo de proteção contra o sol já que lá em cima não tem árvores disponíveis para que se sente à sombra fresca.

Morro do Ernesto
Morro do Ernesto

Muita gente visita o morro pra ver o pôr do sol, que é maravilhoso visto lá de cima. Se esse for o seu caso, lembre-se que é uma fazenda sem nenhuma estrutura pra turistas, logo sem iluminação alguma. Então após o pôr do sol, você terá que enfrentar uma descida íngreme de aproximadamente 2,5 km no escuro, traga lanterna.

O lugar é frequentado não só por amantes do pôr do sol, mas também por amantes de trilha, ciclismo e parapente. Planeje-se e aproveite bem sua passagem pelo Morro do Ernesto, seja qual for seu estilo, com certeza um lugar a ser visitado se estiver passando pela região. Você pode obter o passaporte de entrada e informações atualizadas no site da atração

Um Pôr Do Sol Imperdível

A Saída Para o Morro do Ernesto

Mais uma tarde de domingo quente em Campo Grande, novidade nenhuma, o grupo que ficou de nos acompanhar ao Morro do Ernesto cancela o passeio. Apesar de não gostar de dirigir minha prima decide que vamos só nós duas. A primeira vez tanto pra ela, que mora na cidade, quanto pra mim.

Já na saída nos deparamos com um fato inesperado, o morro fica a pelo menos 40 minutos, não os 15 minutos informados pelos amigos. Sem problemas, temos tempo suficiente pois nossa intenção é ver o pôr do sol. Já fora da cidade nos deparamos com a surpresa número dois, estrada de terra.

Não é uma boa notícia pra quem não gosta de dirigir. Continuamos nosso caminho, guiadas pelo GPS, sem saber muito bem o que esperar. Seguimos pela estrada de terra até chegar ao local do morro. Uma fazenda, onde pagamos a entrada, de R$20,00, e recebemos instruções básicas sobre o local.

Descobrimos que além da trilha pro topo do morro tem uma opção de trilha com três cachoeiras. O que pra nós, infelizmente, não faz diferença. Pelo horário já não dá mais pra aproveitar as cachoeiras e o pôr do sol do alto do morro.

Seguimos fazenda adentro até o estacionamento. De acordo com o panfleto, dado na entrada, a subida é de aproximadamente 50 minutos – 2,5 km. O que não é problema, viemos preparadas com roupas apropriadas, tênis de caminhada e água pra beber. Bora ver esse pôr do sol então.

Rumo ao Topo

A subida é por uma estrada de terra íngreme. Não chega a ser uma subida difícil, mas não é exatamente fácil. Subimos em meio à vegetação, som de água passando e dos animais na mata. E mesmo antes de chegar ao topo estou contente por termos ido.

Eis que, 40 minutos depois, chegamos ao topo. Não tem muita gente lá. Nos damos um tempo pra absorver e apreciar a vista. Uma vista linda, natureza e morros, o céu azul, o sol. Tudo parece perfeito, e a primeira coisa que vem à minha mente é do quanto me sinto abençoada por estar ali. Agradeço por tudo, feliz de termos ido.

Morro do Ernesto
Morro do Ernesto

Tirando algumas fotos e nos sentamos pra relaxar e apreciar a vista. Aos poucos o lugar vai se enchendo, mais gente chegando pra ver o pôr do sol. Grupos de amigos, casais, famílias inteiras, todos interessados num cantinho do morro pra sentar e tirar fotos.

Um grupo de amigos parece bem mais interessado em tirar várias selfies do que apreciar a vista, e não consigo parar de pensar no quanto essa nossa geração perde. E, assim, aos poucos o sol se vai e o céu se transforma.

O momento de conexão com a natureza vai se aproximando do fim e é chegada a hora de descermos. Descemos felizes por termos decidido ir, mesmo sozinhas, gratas pela benção. Um passeio que não foi exatamente como esperávamos. Foi, na verdade, muito melhor do que nossas expectativas.

Morro do Ernesto

O contato com a natureza, estar ao ar livre, a atividade física e ter a oportunidade de ver a beleza do pôr do sol, com certeza vale a pena. Então, se estiver passando por Campo Grande não deixe de conferir o Morro do Ernesto.

O Inesperado Patrimônio De Campo Grande

Parada obrigatória pra quem está indo visitar Bonito ou o Pantanal, Campo Grande é uma cidade pouco explorada por turistas. A capital do estado do Mato Grosso do Sul – importante distinção para os locais, é uma cidade quente no verão e fria no inverno.

Uma cidade bem arborizada e com um pôr do sol de tirar o fôlego – parece que o céu está pegando fogo. Foi fundada por mineiros e contou com imigrantes de várias partes do mundo. Uma imigração importante na região foi a de japoneses, foram eles que trouxeram o sobá, prato típico da cidade.

O sobá apesar de ser de origem japonesa, foi adaptado pelos campo grandenses e se tornou patrimônio imaterial histórico da cidade, juntamente com a feira central – a partir de 2006.

A Feira Central

A feira central é um vasto galpão que antigamente abrigava a estação ferroviária. Pintado de azul, com várias lojinhas de artesanato, decoração, souvenirs e outras tantas coisas mais, é um ambiente agradável.Você pode passar por ali pra tomar um sorvete, açaí, comprar alguns doces e geleias locais.

É um ponto de encontro para os habitantes da cidade, com música ao vivo e muita descontração. A feira central é também o lugar com maior concentração de restaurantes servindo o mesmo prato – o famoso sobá. São 28 restaurantes servindo o prato, entre outros.

Sim, exatamente isso, são 28 restaurantes que servem o famoso sobá. Além disso você encontra uma sobaria em cada bairro da cidade, se não for em cada esquina. De acordo com minhas pesquisas, existem cerca de 55 sobarias, sem contar as da feira central.



Um Vício Local

Acredito não ser um exagero quando digo que o sobá é um vício dos moradores. Aparentemente não existe estação para se consumir o prato, faça chuva ou faça sol o dia está propicio para um sobazinho.

O prato de origem japonesa, foi adaptado pelos moradores da região e consiste em uma sopa de massa japonesa, omelete, e carne bovina ou suína. Servido com gengibre ralado a parte e molho de soja.

É um prato bem apetitoso e servido em diferentes porções na feira. Eu pedi o pequeno, que de pequeno não tinha nada. Achei bem apetitoso, mas pra quem não é acostumado com o calor de Campo Grande seria bom deixar pra saborear esse prato no inverno.

Mas é claro que se não for inverno e estiver passando por Campo Grande não deixe de ir a feira central e experimentar o prato oficial de Campo Grande. Acredito que você não irá querer ofender os locais, já que eles são bem apegados ao sobá. Seria como ir a Paris e não visitar a Torre Eiffel.

*Imagem by Pixabay